AUTORIA
Ao contrário do que muitos pensam, não foi João Calvino quem escreveu
“Os Cinco Pontos do Calvinismo”. Talvez algumas pessoas ficarão impressionadas
com esta afirmação. No entanto, a magna pergunta que se faz é: Se não foi
Calvino, quem foi então?
“Estes cinco pontos foram formulados pelo Sínodo de Dort, Sínodo este convocado pelos estados Gerais (da Holanda) e composto por um grupo de 84 Teólogos e 18 representantes seculares, entre esses estavam 27 delegados da Alemanha, Suíça, Inglaterra e outros países da Europa reunidos em 154 Sessões, desde 13 de novembro de 16 18 até maio de 1619”
RAZÃO DA SUA CRIAÇÃO
Os Cinco Pontos do Calvinismo foram formulados em resposta a um
“documento que ficou conhecido na história como ‘Remonstrance' ou o mesmo que
‘Protesto'”, apresentado ao Estado da Holanda pelos “discípulos do professor de
um seminário holandês chamado Jacob Hermann, cujo sobrenome latino era Arminius (1560-1600).
Mesmo estando inserido na tradição reformada, Arminius tinha sérias dúvidas
quanto à graça soberana de Deus, visto que era simpático aos ensinos de Pelágio
e Erasmo, no que se refere à livre vontade do homem”.
Este documento formulado pelos discípulos de Arminius tinha
como objetivo mudar os símbolos oficiais de doutrinas das Igrejas da Holanda (Confissão
Belga e Catecismo de Heidelberg), substituindo pelos ensinos do seu mestre.
Desta forma, a única razão pela qual Os Cinco Pontos do Calvinismo foram
elaborados era a de responder ao documento apresentado pelos discípulos de
Arminius.
OS 5 PONTOS DO CALVINISMO X OS 5 PONTOS DO ARMINIANISMO
Arminianismo
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Calvinismo
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1.
Vontade Livre – O arminianismo diz que a vontade do homem é “livre” para escolher, ou
a Palavra de Deus, ou a palavra de Satanás. A salvação, portanto, depende da
obra de sua fé.
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1.
Depravação Total – O calvinismo diz que o homem não regenerado é absolutamente escravo de
Satanás, e, por isso, é totalmente incapaz de exercer sua própria vontade
livremente (para salvar-se), dependendo, portanto, da obra de Deus, que deve
vivificar o homem, antes que este possa crer em Cristo.
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2.
Eleição Condicional – O arminianismo diz que a “eleição é condicional,
ou seja, acredita-se que Deus elegeu àqueles a quem “pré-conheceu”, sabendo
que aceitariam a salvação, de modo que o pré-conhecimento [de Deus] estava
baseado na condição estabelecida pelo homem.
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2.
Eleição Incondicional – O calvinismo sustenta que o pré-conhecimento de
Deus está baseado no propósito ou no plano de Deus, de modo que a eleição não
está baseada em alguma condição imaginária inventada pelo homem, mas resulta
da livre vontade do Criador à parte de qualquer obra de fé do homem
espiritualmente morto.
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3.
Expiação Universal – O arminianismo diz que Cristo morreu para salvar não
um em particular,porém somente àqueles que exercem sua vontade livre e
aceitam o oferecimento de vida eterna. Daí, a morte de Cristo foi um fracasso
parcial, uma vez que os que têm volição negativa, isto é, os que não querem
aceitar, irão para o inferno.
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3.
Expiação Limitada – O calvinismo diz que Cristo morreu para salvarpessoas
determinadas, que lhe foram dadas pelo Pai desde toda a eternidade.
Sua morte, portanto, foi cem por cento bem sucedida, porque todos aqueles
pelos quais ele não morreu receberão a “justiça” de Deus, quando forem
lançados no inferno.
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4. A
Graça pode ser Impedida – O arminianismo afirma que, ainda que o Espírito
Santo procure levar todos os homens a Cristo (uma vez que Deus ama a toda a
humanidade e deseja salvar a todos os homens), ainda assim, como a vontade de
Deus está amarrada à vontade do homem, o Espírito [de Deus] pode ser
resistido pelo homem, se o homem assim o quiser. Desde que só o homem pode
determinar se quer ou não ser salvo, é evidente que Deus, pelo menos,
“permite” ao homem obstruir sua santa vontade. Assim, Deus se mostra
impotente em face da vontade do homem, de modo que a criatura pode ser
como Deus, exatamente como Satanás prometeu a Eva, no jardim [do
Éden].
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4.
Graça Irresistível – O calvinismo entende que a graça de Deus não pode
ser obstruída, visto que sua graça é irresistível. Os
calvinistas não querem significar com isso que Deus esmaga a vontade
obstinada do homem como um gigantesco rolo compressor! A graça
irresistível não está baseada na onipotência de Deus, ainda que
poderia ser assim, se Deus o quisesse, mas está baseada mais no dom da vida,
conhecido comoregeneração. Desde que todos os espíritos mortos (=
alienados de Deus) são levados a Satanás, o deus dos mortos, e todos os
espíritos vivos (= regenerados) são guiados
irresistivelmente para Deus (o Deus dos vivos), nosso Senhor, simplesmente,
dá a seus escolhidos o Espírito de Vida. No momento que Deus age nos eleitos,
a polaridade espiritual deles é mudada: Antes estavam mortos em delitos e
pecados, e orientados para Satanás; agora são vivificados em Cristo, e
orientados para Deus.
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5. O
Homem pode Cair da Graça – O arminianismo conclui, muito logicamente, que o
homem, sendo salvo por um ato de sua própria vontade livremente exercida,
aceitando a Cristo por sua própria decisão, pode também perder-se depois de
ter sido salvo, se resolver mudar de atitude para com Cristo, rejeitando-o!
(Alguns arminianos acrescentariam que o homem pode perder, subseqüentemente,
sua salvação, cometendo algum pecado, uma vez que a teologia arminiana é uma
“teologia de obras” – pelo menos no sentido e na extensão em que o homem
precisa exercer sua própria vontade para ser salvo). Esta possibilidade de
perder-se, depois de ter sido salvo, é chamada de “queda (ou perda) da
graça”, pelos seguidores de Arminius. Ainda, se depois de ter sido salva, a
pessoa pode perder-se, ela pode tornar-se livremente a Cristo outra vez e,
arrependendo-se de seus pecados, “pode ser salva de novo”. Tudo depende de
sua continua volição positiva até à morte!
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5.
Perseverança dos Santos – O calvinismo sustenta muito simplesmente que a
salvação, desde que é obra realizada inteiramente pelo Senhor – e que o homem
nada tem a fazer antes, absolutamente, “para ser salvo” -, é óbvio que o
“permanecer salvo” é, também, obra de Deus, à parte de qualquer bem ou mal
que o eleito possa praticar. Os eleitos ‘perseverarão' pela simples razão de
que Deus prometeu completar, em nós, a obra que ele começou. Por isso, os
cinco pontos de TULIP incluem a Perseverança dos Santos .
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PORQUE ACREDITAMOS NOS 5 PONTOS CALVINISTAS E NÃO NOS 5 PONTOS DO ARMINIANISMO
Diante disso, creio que a diferença crucial entre o Arminianismo e o
Calvinismo se resume na palavra Soberania. Enquanto os calvinistas entendem que
Deus opera a salvação na vida do ser-humano conforme a sua livre e soberana
vontade, os arminianos salientam que o homem é capaz de por si só querer ou não
ser salvo. Se partirmos da premissa que o homem está completamente morto diante
de Deus como nos ensina Efésios 2:1, entenderemos porque a salvação depende tão
somente da graça e da misericórdia do SENHOR, pois como o texto diz:
“não depende de quem quer ou quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia” (Rm 9:16).
“não depende de quem quer ou quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia” (Rm 9:16).
Autor:
Rev. André do Carmo Silvério
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